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Homem idoso brasileiro sentado à mesa, com uma expressão otimista, planejando como participar do mutirão BPC do INSS.

Mutirão BPC INSS: Guia para Conseguir Seu Benefício [2025]

Você sente que a espera pelo seu direito no INSS parece não ter fim? A boa notícia é que existe uma luz no fim do túnel para agilizar seu Benefício de Prestação Continuada (BPC). O mutirão BPC do INSS é uma iniciativa criada exatamente para isso: diminuir a fila e dar uma resposta mais rápida para quem mais precisa. É uma oportunidade de ouro para ter sua situação analisada com mais agilidade. Se você é idoso ou pessoa com deficiência e busca esse amparo financeiro, entender como funciona esse mutirão pode ser o passo que faltava para garantir sua tranquilidade. Este guia foi feito para você, de forma simples e direta, para que possa se preparar, reunir os documentos certos e aproveitar essa chance de garantir o seu benefício sem estresse e sem precisar de intermediários. Vamos juntos entender esse caminho.

Entendendo o BPC e Por Que o Mutirão é a Sua Chance

Entendendo o BPC e Por Que o Mutirão é a Sua Chance

Muitas pessoas já ouviram falar sobre o BPC, mas poucas realmente entendem o que ele representa. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido por lei, uma rede de segurança financeira para quem mais precisa. É fundamental entender que o BPC não é uma aposentadoria. Para ter acesso a ele, não é necessário ter contribuído para o INSS ao longo da vida. Ele é uma assistência, um apoio do governo para garantir um mínimo de dignidade a idosos e pessoas com deficiência que vivem em situação de vulnerabilidade.

Buscar esse benefício é um ato de cidadania. É o reconhecimento de que, em uma sociedade justa, ninguém deve ser deixado para trás. Para você, que talvez esteja enfrentando dificuldades financeiras ou cuidando de um familiar que precisa de amparo, entender o BPC é o primeiro passo para conquistar mais tranquilidade e segurança.

Quem Tem Direito ao BPC?

A lei é clara e divide os beneficiários em dois grandes grupos. É importante que você verifique em qual deles você ou seu familiar se encaixa. Os requisitos básicos são:

  • Idosos com 65 Anos ou Mais:

    • O principal critério aqui é a idade. Ao completar 65 anos, o cidadão que não possui meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família pode solicitar o BPC. Não importa se a pessoa nunca trabalhou com carteira assinada ou nunca contribuiu para a previdência. O foco é a necessidade atual.
  • Pessoas com Deficiência de Qualquer Idade:

    • Neste caso, o benefício pode ser concedido a crianças, jovens, adultos e idosos. O que define o direito é a existência de um impedimento de longo prazo. A lei considera “deficiência” qualquer impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, pode obstruir a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Isso significa que não basta ter um diagnóstico médico; é preciso que a perícia do INSS constate que essa condição limita severamente a capacidade da pessoa para a vida independente e para o trabalho.

O Critério da Renda Familiar: Desvendando a Regra

Este é o ponto que mais gera dúvidas, mas vamos simplificá-lo. Além dos critérios de idade ou deficiência, é preciso comprovar que a família não tem condições de sustentar a pessoa. A regra geral é que a renda por pessoa do grupo familiar deve ser igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.

Vamos a um exemplo prático para clarear as coisas. Imagine que o salário mínimo em 2025 seja de R$ 1.500,00. O valor de 1/4 seria R$ 375,00.

  • Cenário 1: Dona Lúcia, de 67 anos, mora com seu filho, que trabalha e ganha R$ 1.200,00 por mês. Eles são duas pessoas na casa. A renda total (R$ 1.200) dividida por dois resulta em uma renda por pessoa de R$ 600,00. Este valor é superior a R$ 375,00 (1/4 do salário mínimo), então, a princípio, ela não teria direito.

  • Cenário 2: Seu Mário, de 69 anos, mora com a esposa, de 66 anos, e um neto de 12. A única renda da casa é a aposentadoria de um salário mínimo (R$ 1.500,00) da esposa. Aqui entra uma regra de ouro: benefícios de até um salário mínimo recebidos por outro idoso (65+) ou pessoa com deficiência na mesma casa não entram no cálculo da renda. Portanto, para o pedido de BPC do Seu Mário, a renda da esposa é desconsiderada. A renda familiar para o cálculo é zero, o que garante o cumprimento do critério.

É essencial que a família esteja inscrita e com os dados atualizados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Sem esse cadastro, o pedido de BPC sequer pode ser iniciado.

O Impacto do Benefício: Mais que Dinheiro, Dignidade

O valor do BPC é de um salário mínimo mensal. Para quem vive com muitas dificuldades, essa quantia representa uma transformação. É a certeza de poder comprar comida, pagar o aluguel e adquirir remédios. Esse valor mensal faz uma enorme diferença, principalmente para garantir o essencial. A capacidade de ir ao mercado e escolher os alimentos, sem depender apenas de doações, é um resgate da autonomia. Em um cenário onde a segurança alimentar é crucial para o bem-estar dos idosos, ter essa renda fixa é fundamental.

Receber o BPC significa ter mais qualidade de vida, menos preocupação e, acima de tudo, mais dignidade. É a diferença entre a incerteza e a esperança.

O Mutirão do INSS: A Sua Chance de Acelerar a Esperança

Agora que você entende o que é o BPC e quem tem direito, chegamos a um ponto crucial: a espera. Infelizmente, milhares de pedidos de BPC aguardam análise no INSS, e essa espera pode ser longa e angustiante.

É exatamente para resolver esse problema que surge o Mutirão BPC INSS. Pense nele como uma grande força-tarefa, uma operação especial organizada pelo INSS com um único objetivo: acelerar a análise dos benefícios que estão na fila. Durante o mutirão, o INSS mobiliza peritos e servidores para avaliar um volume muito maior de processos em um curto espaço de tempo, geralmente em fins de semana ou em horários estendidos.

Para você, que já fez o pedido e aguarda uma resposta, o mutirão é a sua grande chance. É a oportunidade de ter seu caso avaliado muito antes do previsto. Aquela espera que parecia interminável pode se transformar em uma esperança concreta, com data e hora marcadas para a perícia médica e a avaliação social.

Participar do mutirão significa pegar um atalho no caminho para o seu direito. É a possibilidade de transformar a ansiedade da espera na alegria da concessão do benefício. Agora que você entende o valor dessa oportunidade, o próximo passo é saber exatamente como agarrá-la com as duas mãos.

Passo a Passo Detalhado para Participar do Mutirão BPC

Passo a Passo Detalhado para Participar do Mutirão BPC

Você já entendeu o que é o BPC e por que o mutirão do INSS é uma oportunidade de ouro. Agora, é hora de transformar essa informação em ação. Participar do mutirão pode parecer complicado, mas não é. Com este guia prático e numerado, você terá a confiança necessária para agendar sua avaliação e dar um passo decisivo para conseguir seu benefício. Vamos juntos, etapa por etapa.

Passo 1: Verifique se o Mutirão Chegou na Sua Cidade

Os mutirões não acontecem em todo o país ao mesmo tempo. Eles são organizados por regiões, de acordo com a necessidade e a quantidade de pedidos em espera. Por isso, o primeiro passo é confirmar se a sua cidade ou uma cidade vizinha está na lista da vez. Existem duas formas oficiais e seguras de fazer isso:

  • Pelo Site ou Aplicativo Meu INSS: Esta é a forma mais direta. O INSS costuma divulgar os mutirões na área de notícias do portal. Ao acessar o site ou abrir o aplicativo, procure por banners, comunicados ou uma seção chamada “Notícias”. Fique atento a títulos como “INSS realiza mutirão de BPC em [Nome do Estado/Cidade]” ou “Força-tarefa para análise de benefícios”.

  • Pela Central de Atendimento 135: Se você não tem acesso fácil à internet ou prefere falar com alguém, o telefone é seu melhor amigo. A ligação é gratuita a partir de telefones fixos e orelhões. De celular, o custo é de uma ligação local.

    • Dica Prática: Ao ligar, seja direto. Após passar pelos menus iniciais, diga ao atendente: “Olá, eu gostaria de saber se há algum mutirão para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) agendado para a minha cidade, [diga o nome da sua cidade], ou para a minha região.” O atendente terá acesso à lista oficial e poderá confirmar a informação para você.

Passo 2: Faça o Agendamento Sem Demora

Confirmou que o mutirão está acontecendo? Ótimo! O próximo passo é agendar seu atendimento. As vagas nos mutirões são limitadas e costumam ser preenchidas rapidamente. Aja com agilidade. Novamente, você tem o canal online e o telefone à sua disposição.

Agendando pelo Meu INSS (Recomendado):

  1. Acesse o site gov.br/meuinss ou abra o aplicativo.
  2. Faça o login com seu CPF e senha da conta Gov.br.
  3. Na tela inicial, clique no botão azul escrito “Novo Pedido”.
  4. Uma barra de pesquisa aparecerá. Digite “Benefício Assistencial”.
  5. Selecione a opção correspondente ao seu caso: “Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência” ou “Benefício Assistencial ao Idoso”.
  6. O sistema irá apresentar os próximos passos. Durante um mutirão, é comum que apareça uma opção específica para o agendamento da perícia e da avaliação social. Procure por termos como “Agendar para Mutirão” ou “Atendimento Simplificado”.
  7. Siga as instruções na tela para escolher a agência do INSS, a data e o horário disponíveis. Anote tudo em um papel para não esquecer.

Agendando pelo Telefone 135:

Tenha seu CPF em mãos antes de ligar. Quando o atendente atender, explique claramente o que você precisa.

  • Roteiro para a Ligação: “Olá, eu verifiquei que está tendo um mutirão do BPC na minha cidade e gostaria de agendar a minha perícia médica e a avaliação social. Meu CPF é [informe o número].”

O atendente buscará as vagas disponíveis e fará o agendamento para você. É muito importante que você anote o número de protocolo da ligação, o dia, a hora e o endereço exato da agência onde seu atendimento foi marcado. Peça para o atendente repetir as informações se for preciso. Não tenha vergonha de confirmar.

Passo 3: Entenda o Que Foi Agendado

O processo do BPC envolve duas avaliações cruciais, e o mutirão busca acelerar exatamente isso.

  • Perícia Médica: Realizada por um médico perito do INSS. O objetivo é avaliar a existência da deficiência (no caso de PcD) e como ela causa impedimentos de longo prazo, afetando sua capacidade para a vida independente e para o trabalho.
  • Avaliação Social: Conduzida por um assistente social. Aqui, o foco é no seu contexto de vida: a composição da sua família, a renda de todos que moram na casa, as barreiras que você enfrenta no dia a dia e suas condições de moradia.

No mutirão, esses dois atendimentos podem ser marcados para o mesmo dia ou para datas muito próximas. Ao confirmar seu agendamento, certifique-se de que entendeu para qual avaliação (ou para ambas) você foi agendado.


Comece a se Preparar: Checklist Essencial de Documentos

Enquanto aguarda a data do seu atendimento, não fique parado. A organização dos documentos é metade do caminho para o sucesso. Juntar tudo com calma evita o desespero de última hora. Comece a separar os seguintes itens. Lembre-se que o próximo capítulo detalhará cada um deles, mas esta lista já lhe dará uma grande vantagem.

  • [ ] Documentos de Identificação:

    • Seu documento de identificação com foto (RG ou CNH).
    • CPF de TODAS as pessoas que moram na mesma casa que você (crianças, adultos e idosos). Este item é obrigatório.
  • [ ] Cadastro Único (CadÚnico):

    • Verifique se seu CadÚnico está atualizado (feito ou renovado nos últimos dois anos). Ele é a porta de entrada para o BPC.
  • [ ] Comprovantes de Saúde (para Pessoa com Deficiência):

    • Laudos, exames, atestados e relatórios médicos recentes que descrevam sua condição de saúde. Quanto mais detalhado, melhor. Se sua condição causa, por exemplo, fortes dores nas costas, é fundamental ter laudos que expliquem como essa dor limita suas atividades diárias.
  • [ ] Comprovante de Residência:

    • Uma conta recente de água, luz ou telefone em seu nome ou no nome de alguém que mora com você.
  • [ ] Comprovantes de Renda e Despesas:

    • Carteira de trabalho e holerites de quem trabalha na casa.
    • Comprovantes de gastos importantes, como aluguel, financiamento da casa ou recibos de medicamentos de uso contínuo e de alto custo.

Organize tudo em uma pasta. Ter esses documentos em mãos no dia do atendimento mostrará organização e facilitará o trabalho dos avaliadores, aumentando suas chances de ter o benefício concedido.

A Preparação é Tudo Documentos e Perícia Sem Segredos

A Preparação é Tudo Documentos e Perícia Sem Segredos

Depois de agendar sua participação no mutirão, começa a fase mais importante de todas: a preparação. É aqui que você constrói a base para um pedido de BPC bem-sucedido. Um processo bem organizado reduz a ansiedade e aumenta drasticamente suas chances de aprovação. Pense nesta etapa não como burocracia, mas como a montagem de um quebra-cabeça que contará a sua história para o INSS. Vamos dividir essa tarefa em duas missões claras: organizar os documentos e se preparar para as avaliações.

Sua Missão Principal: O Checklist de Documentos Definitivo

A organização dos documentos é o alicerce do seu pedido. Sem a papelada correta, o INSS não consegue analisar seu direito. O erro mais comum é chegar ao mutirão com documentos faltando. Vamos evitar isso com uma lista de verificação detalhada.

Primeiro, o item mais crucial de todos: o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Ele é a porta de entrada oficial para o BPC. O CadÚnico deve estar atualizado, o que significa que a última atualização deve ter sido feita há menos de dois anos. Mais importante ainda, ele precisa refletir a realidade atual da sua família. Se alguém se mudou, se a renda mudou ou se um novo membro chegou, você precisa ir ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da sua cidade e atualizar essas informações antes do dia do mutirão. Um CadÚnico desatualizado é um dos principais motivos de negativa do benefício.

Com o CadÚnico em dia, vamos separar os documentos em duas pastas ou envelopes.

1. Documentos de Identificação de TODOS os Moradores da Casa

O INSS precisa identificar cada pessoa que vive sob o mesmo teto para calcular a renda familiar per capita. Não se esqueça de ninguém, do bebê ao idoso.

  • CPF (Cadastro de Pessoas Físicas): OBRIGATÓRIO para todos os membros da família, independentemente da idade. Se um filho recém-nascido ou um parente idoso não tiver o documento, providencie com urgência. Sem o CPF de todos, a análise não avança.
  • Documento de Identificação com Foto: Para os maiores de 16 anos, pode ser o RG ou a Carteira de Motorista (CNH). Para os menores, a Certidão de Nascimento é suficiente.
  • Certidão de Nascimento ou Casamento: Para comprovar o estado civil e a filiação.
  • Termo de Tutela ou Curatela: Apenas se o requerente do benefício for uma pessoa com deficiência que necessite de um representante legal.

2. Documentos para Comprovar Renda e Despesas

Esta seção é fundamental para demonstrar que sua família se enquadra no critério de baixa renda. Seja transparente e completo.

  • Comprovantes de Renda (de todos que trabalham na casa):
    • Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), mesmo que não esteja assinada.
    • Holerites ou contracheques recentes.
    • Declaração do empregador.
    • Para autônomos ou trabalhadores informais: uma declaração simples, escrita à mão, explicando a atividade e a média de ganhos mensais.
    • Comprovantes de outros benefícios, como Bolsa Família, pensão alimentícia ou seguro-desemprego.
  • Comprovantes de Despesas Fixas:
    • Contas recentes de água, luz e gás.
    • Contrato de aluguel ou, na ausência dele, uma declaração do proprietário do imóvel com firma reconhecida em cartório, informando o valor pago mensalmente.
    • Comprovante de financiamento imobiliário, se houver.
  • Comprovantes de Gastos Extraordinários com Saúde: Esta é sua chance de mostrar que a renda familiar é ainda mais comprometida por causa da condição de saúde ou deficiência. Guarde e organize tudo.
    • Recibos e notas fiscais de farmácia: Especialmente de medicamentos de uso contínuo que não são fornecidos pelo SUS.
    • Notas fiscais de itens essenciais: Como fraldas geriátricas, suplementos alimentares, materiais para curativos, etc.
    • Recibos de tratamentos particulares: Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicólogo.
    • Comprovantes de transporte: Gastos com transporte particular ou por aplicativo para consultas e tratamentos, caso o transporte público não seja uma opção viável.

Desmistificando a Perícia e a Avaliação Social

Muitas pessoas sentem um grande nervosismo antes das avaliações do INSS. É normal. Mas, com a preparação correta, você pode transformar a ansiedade em confiança. Lembre-se: o perito e o assistente social não são seus adversários. Eles são profissionais técnicos que precisam entender sua realidade para aplicar a lei.

A Perícia Médica: Foco no Impacto

O objetivo do perito médico não é dar um novo diagnóstico, mas sim avaliar como a sua condição de saúde (ou a do seu filho/tutelado) causa um impedimento de longo prazo. Ele quer saber o impacto da doença ou deficiência na sua capacidade de viver e trabalhar em igualdade de condições com as outras pessoas.

  • Crie uma Pasta de Laudos: Leve todos os seus documentos médicos organizados em uma pasta. Coloque os laudos mais recentes e completos na frente. Inclua laudos com o CID (Classificação Internacional de Doenças), exames de imagem (raios-x, ressonâncias), receitas médicas e relatórios de outros profissionais de saúde (fisioterapeutas, psicólogos).
  • Seja Direto e Específico: Não basta dizer “tenho um problema na coluna”. Descreva as consequências. Por exemplo, se você lida com dor nas costas crônica, explique como isso afeta sua vida. Diga: “Por causa da dor, não consigo ficar sentado por mais de 15 minutos, o que me impede de trabalhar em um escritório. Também não consigo levantar peso, varrer a casa ou pegar meu neto no colo”.
  • Fale sobre a sua Rotina: Explique as barreiras do dia a dia. “Preciso de ajuda para me vestir”, “Não consigo cozinhar porque não tenho força nas mãos”, “Tenho crises de ansiedade que me impedem de sair de casa sozinho”.

A Avaliação Social: Contando a Sua História

A avaliação com o assistente social complementa a perícia médica. O foco aqui é o contexto social, familiar e econômico. É a sua oportunidade de conectar os documentos que você organizou com a sua realidade vivida.

  • Seja Honesto e Detalhado: O assistente social quer entender suas dificuldades. Não tenha vergonha de falar sobre elas. A sua sinceridade é a ferramenta mais poderosa.
  • Descreva sua Moradia: A casa tem escadas? O banheiro é adaptado? O bairro tem calçadas acessíveis e transporte público perto? A rua alaga quando chove, dificultando a saída?
  • Explique sua Rotina Diária: Quem te ajuda com as tarefas? Você consegue sair de casa sozinho? Como você vai aos médicos? Quem cuida de você ou da criança com deficiência? Essa pessoa precisou parar de trabalhar para ser cuidador(a)?
  • Conecte com os Gastos: Use os comprovantes que você separou para ilustrar sua fala. “Como mostrei nas notas, gasto cerca de R$ 300 por mês com remédios que o posto de saúde não oferece. Além disso, temos o custo do aluguel de R$ 800 e a conta de luz, que vem mais alta por causa do aparelho que preciso usar durante a noite”.

Ao se preparar de forma completa, você não apenas cumpre os requisitos do INSS, mas também se sente mais seguro e no controle do processo. Você estará pronto para apresentar um quadro claro e verdadeiro da sua situação, que é exatamente o que os avaliadores precisam para conceder o seu benefício.

E Depois do Mutirão Como Acompanhar e o Que Fazer

E Depois do Mutirão Como Acompanhar e o Que Fazer

Você passou pela etapa mais intensa do mutirão. Entregou os documentos, participou da perícia médica e da avaliação social. Agora, uma nova fase se inicia: a da espera e do acompanhamento. É um período que pode gerar ansiedade, mas com a informação correta, você terá controle e clareza sobre cada passo. Entender o que acontece a seguir e como agir é tão crucial quanto a preparação que você já fez. A análise do seu pedido está em andamento, e o seu papel agora é monitorar o processo e saber exatamente o que fazer quando o resultado chegar.

O acompanhamento do seu pedido de Benefício de Prestação Continuada (BPC) é mais simples do que parece. Existem duas ferramentas principais, gratuitas e oficiais, que colocam o controle nas suas mãos:

  1. Aplicativo e Site Meu INSS: Esta é a sua central de informações. É a forma mais rápida e detalhada de saber em que pé está o seu pedido. Acesse o aplicativo no seu celular ou o site no computador. Faça o login com sua conta Gov.br. Na tela inicial, procure pela opção “Consultar Pedidos”. Ali, você encontrará seu requerimento de BPC. Ao clicar nele, você verá o status atual. Recomendamos verificar uma vez por semana para não perder nenhuma atualização importante.

  2. Telefone 135: Se você não tem acesso fácil à internet ou prefere falar com um atendente, a Central 135 é o seu canal. A ligação é gratuita a partir de telefones fixos e orelhões. De celular, o custo é de uma ligação local. Tenha em mãos o seu número de CPF. O atendente poderá informar o status do seu processo e esclarecer dúvidas. O serviço funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h.

Após o INSS concluir a análise, o status do seu pedido mudará para um de três resultados possíveis. É fundamental entender o que cada um significa, pois sua próxima ação dependerá disso. Não se assuste com os termos; eles são mais simples do que parecem.

1. Deferido (Aprovado): A Hora de Comemorar!

Este é o resultado que todos esperam. “Deferido” significa que o seu pedido foi aprovado. O INSS reconheceu que você cumpre todos os requisitos para receber o BPC. Parabéns! Agora, existem dois passos importantes:

  • Aguarde a Carta de Concessão: Este é o documento oficial que formaliza a aprovação do seu benefício. Ela será enviada para o seu endereço pelos Correios, mas também ficará disponível em formato digital no Meu INSS, geralmente antes da versão física chegar. Esta carta é muito importante. Ela contém informações essenciais, como o Número do Benefício (NB), o valor que você receberá mensalmente, o banco onde seu pagamento será depositado e a data prevista para o primeiro saque.

  • O Primeiro Pagamento: O primeiro pagamento costuma incluir os valores retroativos. Isso significa que você receberá o montante acumulado desde a data em que você fez o requerimento do benefício. Para receber, você deverá ir pessoalmente à agência bancária indicada na sua carta de concessão. Leve um documento de identificação original com foto (como RG ou CNH) e o seu CPF. O banco criará um cartão específico para o recebimento do seu benefício. Atenção: Nenhum funcionário do banco pode condicionar o seu saque à contratação de qualquer tipo de produto, como seguros, empréstimos ou títulos de capitalização. Esse direito é seu, sem amarras.

2. Indeferido (Negado): Não é o Fim da Linha

Receber um “não” pode ser frustrante, mas é essencial manter a calma. “Indeferido” significa que, nesta primeira análise, o INSS entendeu que algum critério não foi atendido. A primeira coisa a fazer é entender o motivo da negativa. Essa informação estará detalhada na comunicação de decisão, disponível no Meu INSS, ou pode ser consultada pelo telefone 135. As razões mais comuns são a renda familiar por pessoa ter sido considerada acima do limite, ou a perícia não ter constatado a deficiência de longo prazo ou o impedimento que gera incapacidade.

Ao saber o motivo, você tem o direito de discordar da decisão. Para isso, existe o recurso. Trata-se de um pedido para que uma instância superior dentro do próprio INSS reavalie todo o seu processo. O ponto mais importante aqui é o prazo: você tem 30 dias, contados a partir do dia em que tomou conhecimento da decisão, para entrar com o recurso.

Para iniciar o recurso:

  • Pelo Meu INSS: Acesse o aplicativo ou site, procure pela opção “Recurso e Revisão” e depois “Recurso Ordinário (1ª instância)”. Você precisará preencher um formulário online explicando por que discorda da decisão. É a sua chance de apresentar seus argumentos. Seja claro e objetivo. Se tiver novos documentos que fortaleçam seu caso (como um laudo médico mais recente ou comprovantes de gastos com saúde), anexe-os digitalmente.
  • Pelo Telefone 135: Você também pode ligar e agendar o serviço para protocolar o recurso em uma agência do INSS.

Se sentir dificuldade, não hesite em procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da sua cidade ou a Defensoria Pública da União para receber orientação gratuita.

3. Em Exigência: Um Pedido de Complementação

Ver o status “Em Exigência” não é motivo para pânico. Na verdade, é um sinal de que seu processo está andando. Isso significa simplesmente que o INSS precisa de mais alguma informação ou documento para concluir a análise. Não é uma negativa. É uma pendência que você precisa resolver.

O processo é direto:

  • Descubra o que Falta: No Meu INSS, ao lado do status “Em Exigência”, haverá uma descrição clara do que o INSS está pedindo. Pode ser a cópia do CPF de um membro da família, um comprovante de residência mais recente ou um relatório médico complementar. Muitas vezes, a exigência pode ser um laudo mais detalhado sobre uma condição de saúde específica que causa limitações, como saber mais sobre como dor nas costas crônica afeta seu dia a dia. Apresentar um relatório médico completo e atualizado pode resolver a pendência rapidamente.

  • Envie os Documentos: Você terá um prazo, geralmente de 30 dias, para enviar o que foi solicitado. Não perca esse prazo, ou seu processo poderá ser arquivado por falta de interesse. A forma mais fácil de cumprir a exigência é pelo próprio Meu INSS. Haverá uma opção chamada “Cumprir Exigência”. Você pode tirar uma foto nítida do documento com seu celular ou anexar um arquivo em PDF. É rápido e seguro.

Após o envio, o status do seu pedido voltará para “Em Análise”, e o INSS dará continuidade ao seu caso.

Independentemente do resultado inicial que aparecer na sua tela, lembre-se de que existem caminhos claros e definidos. Seja para receber seu primeiro pagamento, recorrer de uma decisão ou enviar um documento faltante, você não está desamparado. Manter-se informado e agir proativamente é a chave para garantir seu direito.